6 de outubro de 2010

Notas sobre "Processo Criativo" II


A motivação intrínseca é importante para o ato criativo. O criador deve procurar uma área de atuação que traga significado, entusiasmo e motivação para “fazer a diferença” e provocar mudança na linguagem da área.

Há uma tendência em mantermos o que estamos fazendo no mesmo patamar/padrão até que alguém faça a diferença, provocando a mudança. Na verdade, não fazemos muita coisa porque desistimos ao não confiarmos em nós mesmos e esperarmos a aprovação do olhar do outro.

Durante o processo criativo, há desconforto e infelicidade na maior parte do tempo. A recompensa é o prazer da descoberta. Para isso, deve-se exercitar a "rebelião", recusando-se a repetir todos os dias, as mesmas regras. Acertar sempre seria morte do processo criativo.

Há um momento no qual o artista precisa afastar-se e olhar o seu trabalho de fora, afastando-se da sua excessiva subjetividade, transformando a experiência. Nesse momento, é relevante recorrer ao olhar do outro.

O artista não tem controle sobre os sentidos produzidos pela obra, o que não significa que o artista ou o observador são ruins porque encontram/produzem sentidos diferentes. O leitor é fundamental para o “acontecimento” da obra.

No processo criativo, é preciso uma “faísca” para a produção da nova idéia. Nesse contexto, o olhar do outro e o aleatório são importantes. Ao esgotar o seu repertório, o artista deve fazer novas inserções de idéias, a partir de um processo anárquico de absorção de novas informações. Reinventar-se é importante para continuar criando.

Na arte, ao invés de dar um “grito no escuro” sobre as suas angústias, o artista deve construir uma linguagem pessoal relacionada à obra. Nenhuma arte meramente pessoal é arte. No máximo será uma arte terapêutica, que não terá fôlego para se tornar uma grande arte.

 

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