5 de outubro de 2010

Notas sobre "Processo Criativo" I

As notas abaixo listadas são fruto de parte das anotações realizadas em 2009, na ocasião do curso "Processo Criativo", com o professor Charles Watson, na EAV/Pq Lage. Sem o intuito de concordar/discordar das mesmas, as compartilho com os leitores/as para convidá-los/as a refletirem sobre seus próprios processos.

O processo criativo pressupõe a capacidade de transitar entre os pólos objetivo e subjetivo. É preciso “estranhar” o que se está fazendo e dar espaço para a “surpresa” no fazer artístico.

O artista tem êxito quando transforma a linguagem do “eu” numa linguagem universal: a obra “acontece”.

Pessoas com medo têm pensamentos sabotadores. Errar é fundamental, pois dar conta das imperfeições nos faz caminhar. A perfeição é a morte e a instabilidade é importante para produzirmos.

Pessoas curiosas superam as "normas" de seu pensamento com mais criatividade, gerando coisas novas, utilizando/coletando informações no cotidiano, a partir de um processo “anti-entrópico”, onde não há estabilidade; como o desconforto do artista durante o processo criativo.

A pessoa criativa tem capacidade de análise, interpretação, avaliação, curiosidade, experimentação, e da instabilidade constrói coisas novas. O papel do criador é “solucionar problemas” a partir do “desconforto” e da instabilidade.

O processo criativo depende de: 1. uma linguagem simbólica; 2. uma pessoa ou grupo que produz algo diferente nessa linguagem (a coloca em crise); e 3. um grupo de peritos que interpreta e incorpora e endossa o novo.

A pessoa criativa preocupa-se com a linguagem por estar imersa nela. Nesse caso, não produz para a platéia comum, mas para aqueles/as que têm conhecimento específico para "ler" sua obra.

Às vezes, estragamos um trabalho por afetos a questões do trabalho que não são importantes para o todo. O trabalho cria densidade com base na experiência, o que presupõe, também, a possibilidade de sua desconstrução e reconstrução permanentes.

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