27 de agosto de 2021

Produções acadêmicas do pós-doutorado (PPGHC-UFRJ)

Abaixo, divulgo alguns desdobramentos da pesquisa de pós-doutorado, finalizado no Programa de Pós-Graduação em História Comparada/UFRJ, sob a orientação do Prof. Dr. Victor Andrade de Melo, apresentados em congressos onde há diálogos com as Artes Visuais - ou publicados em periódicos. Neste estudo, me debrucei sobre as relações entre práticas corporais e masculinidades na obra do artista Alair Gomes, no recorte histórico de 1960-1980.

Artigo "Arte Contemporânea, Esportes e Masculinidades: um diálogo com a obra de Alair Gomes", Revista do Centro de Pesquisa e Formação do SESC-SP (resumo e link para o texto completo abaixo).

Este estudo se localiza na interface entre a arte contemporânea, a história social e os esportes. O objetivo foi analisar e interpretar a emergência das masculinidades na série “Esportes”, de Alair Gomes. Partindo dos Estudos das Masculinidades, analisamos as fotografias a partir da interseção entre obra, artista, movimento artístico e contexto sociocultural e histórico. Tal recorte da obra do artista amplia o olhar sobre o corpo masculino, ao destacar tanto a virilidade e a força; quanto a sensualidade, o desejo e o homoerotismo, esgarçando os limites de uma masculinidade normativa e da heteronormatividade, sinalizando a emergência de uma masculinidade homoerótica.


Resenha do livro “A fotografia como escrita pessoal: Alair Gomes e a melancolia do corpo outro”, escrito por Alexandre Santos, Revista Porto Arte (PPGAV-UFRGS) - (resumo e link do texto completo abaixo).

Esta resenha apresenta o livro “A fotografia como escrita pessoal: Alair Gomes e a melancolia do corpo outro”, de Alexandre Santos. Editado pela Funarte/UFGRS, a pesquisa foi desenvolvida na “Coleção Alair Gomes” – Fundação Biblioteca Nacional, com o objetivo de promover uma reflexão sobre a melancolia na fotografia de Alair Gomes. Além dos escritos e fotografias do artista, foram realizadas entrevistas com parentes, amigos, artistas, críticos de arte, fotógrafos e historiadores. A análise da obra ocorre através do diálogo com a categoria da melancolia, dos Estudos de Gênero e dos Estudos Culturais.


Comunicação oral "Práticas Corporais e Homoerotismo na obra de Alair Gomes: uma análise das masculinidades na série Beach Triptychs", Seminário Temático "Arte, Gênero e Sexualidade: gramáticas de resistência e existências dissidentes", desenvolvido no "V Seminário Internacional Desfazendo Gênero" (resumo e link do texto completo abaixo).



Texto completo.DesfazendoGênero.2021


Comunicação oral "Masculinidades e Práticas Corporais na Coleção Alair Gomes - Fundação Biblioteca Nacional", no ST 179 "Visibilidades e visualidades: representações e representatividades de gêneros e sexualidades na arte latino-americana", "Seminário Internacional Fazendo Gênero 12" (UFSC) - (resumo e link do texto completo abaixo).




Comunicação oral, intitulada: "Masculinidades e Práticas Corporais na Coleção Alair Gomes: reflexões sobre a série Sonatinas, Four Feet", no GT "Cânones e Iconografias da temática sexual nas Artes Visuais", PPGAV-UFRGS (resumo abaixo).  


MASCULINIDADES E PRÁTICAS CORPORAIS NA OBRA DE ALAIR GOMES: REFLEXÕES SOBRE A SÉRIE “SONATINAS, FOUR FEET”

Resumo: Este estudo se localiza na interface da Arte Contemporânea, História Social e das Práticas Corporais. O objetivo foi interpretar as representações sobre as masculinidades na série “Sonatinas, Four, Feet”, de Alair Gomes, na qual a ginástica se destaca. Partindo dos Estudos das Masculinidades, analisamos as imagens a partir da intercessão entre obra, artista, movimento artístico e contexto sociocultural e histórico. Tal recorte da obra do artista amplia o olhar para o corpo masculino, ao destacar tanto a virilidade e a força; quanto a sensualidade, o desejo e o homoerotismo, esgarçando limites da masculinidade hegemônica e da heteronormatividade, sinalizando uma masculinidade inclusiva.



Informações abaixo 📒📙📕📗📘

7 de junho de 2021

Abertura da exposição coletiva RESET 21 - Centro Cultural dos Correios/Niterói

 Alguns registros da exposição coletiva RESET 21, com curadoria de Osvaldo Carvalho e Coordenação de Luiz Badia e Roberto Tavares. Com um "time" de 21 artistas, a montagem impecável ocupa quatro grandes salas do primeiro andar do Centro Cultural dos Correios, em Niterói, apresentando pinturas, instalações, objetos, obras interativas e fotografias.

Participam da coletiva: Aparecida Silva, Beanka Mariz, Bet Katona, Claudia Kayat, Cris Cabus, Denise Torbes, Eduardo Mariz, Eduardo Ventura, Fabiano Devide, Hertberth Sobral, Hugo Barnabé, Jorge Cupim, Mirela Luz, Osvaldo Carvalho, Petrillo, Roberto Tavares, Rosa Hollman, Rosa Paranhos, Sheila Mancebo, Silvio Baptista.

Os protocolos de distanciamento, disponibilidade de álcool em gel e o uso de máscara obrigatório garantem uma visita segura e prazerosa. Não percam!






Obras de Fabiano Devide (Esq.) e Osvaldo Carvalho (Dir.)





































26 de maio de 2021

RESET 21 - Centro Cultural dos Correios/Niterói

Divulgo exposição coletiva "RESET 21", na qual estarei participando com outrxs artistas, sob a curadoria de Osvaldo Carvalho e a coordenação de Luiz Badia e Roberto Tavares.
Local: CENTRO CULTURAL DOS CORREIOS-Niterói - Datas: 5 de junho a 17 de julho.
Horários: Seg-Sex das 11-18h e Sáb das 13-17h.
 

RESET 21

“Pior que esquecer a história,
é distorcê-la para avivar o ressentimento.”
Peter Brown

Uma exibição coletiva com vários artistas, que envolve múltiplas abordagens de técnicas e de processos, enseja leituras não lineares entre os trabalhos em si. Na prática, há diversos agentes que implicam uma produção artística, e que parecem atuar de maneira aleatória. Porém, quando essa produção tem como leitmotiv reflexões reunidas ao longo de um período pandêmico, sob a égide da insegurança e do medo, da desinformação e do despreparo, de ações negacionistas e de descrédito à ciência, ao que se juntam ações de grave impacto sobre o meio ambiente, aumento do desemprego, pobreza crescente, isolamento social, entre inúmeras outras mazelas de repercussão global, invariavelmente ela recairá no âmbito dessas vivências, pois são respostas mais prementes, exigidas pela situação.
A proposta foi conceber uma exposição em que esses artistas apontassem, em suas faturas desenvolvidas durante a pandemia, de que maneira esse evento adverso sensibilizou seus processos criativos. É um período que requer ainda cuidados, que provoca ansiedade e incerteza, mas também um tempo de estudo e imersão, no qual esses artistas elaboraram e guardaram suas realizações. A finalidade é justamente trazer à tona aquela produção represada e dar um reset em suas atividades. Resetar, um anglicismo absorvido pela língua portuguesa, é desligar e ligar o computador porque “deu tilt”, computador que se tornou o novo meio de vida que muitos encontraram para trabalhar, tanto quanto se distrair.
Por meio virtual foram refeitas as conexões e as relações, o mundo digital ganhou dimensões inimagináveis, para o bem e para o mal. A sensação desconfortável de ter falsas informações corroendo nossa lucidez, distorcendo fatos, é um desses exemplos malignos. Peter Brown, em recente entrevista para o jornal El País, nos diz que “não há nada mais trágico que um homem que perdeu a memória”, e que, “distorcer a história é ainda pior do que esquecê-la”. Os artistas presentes em RESET 21 lidam com essa tênue linha, a cada dia mais difusa, de modo a não deixar que se perca a essência de nossa humanidade, para que não haja “lembranças pela metade”, conforme apregoa o historiador irlandês, e que diminui “nossa capacidade de nos interpor e criticar as falsas memórias históricas”. Resistir às intempéries causadas por aqueles que lidam com a vida com antolhos ideológicos, é tarefa para os que caminham de mãos dadas com narrativas sólidas, tijolo após tijolo, na construção de uma sociedade que se reconheça em todos os seus, sem exceção, esse é o pressuposto que caracteriza o artista neste início do século 21.
Assim é que restaurar a confiança nos haveres e deveres de nossos antepassados, não pelos erros, não pelos acertos, mas pelo aprendizado que nos legaram, faz dessa mostra um pequeno símbolo de esforço para destravar o HD de nossas almas entorpecidas, para que nosso sistema operacional se restabeleça, estejamos novamente acessíveis, sem nenhum vírus detectado.

Osvaldo Carvalho (curador)