18 de dezembro de 2014

Participação e montagem da Coletiva MAIS PINTURA - EAV-Parque Lage, 2014

Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rio de Janeiro/RJ.
RELEASE da coletiva "MAIS PINTURA"
 
"O projeto "Mais Pintura" surgiu em 2013 como desdobramento do curso Questões Prático-Teóricas da Pintura na Contemporaneidade, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, orientado por Luiz Ernesto e Bruno Miguel.
 
Serão três edições abrindo em três cidades diferentes, Brasília, Rio de Janeiro e Petrópolis num período de menos de três meses.
 
Mais Pintura é um projeto aberto, itinerante, em constante construção e transformação. Cada exposição tem um grupo diferente de artistas. Sua primeira edição foi em Agosto de 2013, no Centro Cultural da Justiça Federal na Cinelândia, como desdobramento deste formato de proposição de exposição, surgiram novos convites, como o da Universidade Federal de Juiz de Fora, que além da exposição, pretende fazer um ciclo de debates.
 
Artistas participantes
Trata-se de apresentar pinturas de novos artistas que se encontram semanalmente para discussão e análise crítica de seus trabalhos com os orientadores. Um grupo em constante transformação e que atualmente conta com mais de 30 participantes.
 
Não se pretende com estas mostras buscar afinidades técnicas ou temáticas. Ao contrário, procurou-se selecionar os artistas que pudessem evidenciar em seus trabalhos o vigor, a disciplina e a diversidade da pintura de um grupo de novos artistas no Rio de Janeiro.
 
Nos últimos anos, acompanhamos o desenvolvimento vertiginoso das tecnologias digitais. As mais corriqueiras experiências do dia a dia transformam-se, pelos mais variados dispositivos, em imagens que, instantaneamente são postadas nas redes sociais e distribuídas por todos os lugares.
 
Vista panorâmica da montagem na Galeria do Hall - EAV-Parque Lage, RJ, onde se encontram os pequenos formatos dos 21 artistas selecionados para a coletiva MAIS PINTURA.
Esq.-Dir.: Kakati de Paiva, Mahk Yosizawa, Gabriel Secchin, Paloma Ariston, Caio Pacela, Eduardo Borges, Fabiano Devide, Benjamin Rothstein, Bruno Bello, Henrique de Aragão.
Com vida curta, são vistas por segundos apenas, dando lugar a outras e outras que as sucederão em um fluxo sem fim. A experiência do tempo é o instante e a onipresença deixa de ser um atributo apenas divino. Mas, longe de se opor a este mundo da tecnologia, a pintura fertiliza-se com ele.
 
Detalhe: "Amanhecer para Quintana" (político) - Acrílica s/ brim, 10x65cm, 2014 (Fabiano Devide).



 
Experimenta novos materiais, apropria-se de suas imagens e as "encarna" em substância, dando-lhes assim, um corpo material de cores e marcas únicas — literalmente, dá-lhes uma espessura. Esta presença física atrita-se com este fluxo veloz da excitação tecnológica, reagindo assim à premência do instante e afirmando uma outra temporalidade: a temporalidade própria do objeto de arte. Um outro ritmo que permite a emersão de novos sentidos e reflexões. Mais Pintura pretende alimentar o debate.
 
Vista panorâmica da montagem da Galeria do Subsolo, na EAV-Parque Lage, onde se encontram 64 obras no formato pintura em pequeno, médio e grandes formatos, dos 21 artistas selecionados. 
 
Neste mundo, a pintura torna-se uma prática aparentemente paradoxal: demorada para se aprender, demorada para se fazer, demorada para se fruir e principalmente, difícil de se definir. E ainda assim, ela persiste".
 
Curadores: Luiz Ernesto e Bruno Miguel
 
 
"Cinema II"
Acrílica s/ brim - 70x70cm
2014 (Fabiano Devide)
Na coletiva MAIS PINTURA, na Galeria do Subsolo, EAV-Parque Lage, apresento um conjunto de 5 obras recentes (2014) em pequeno e médio formatos, dentre as 64 expostas.
 
"Cinema I"
Acrílica s/ brim - 70x70cm
2014 (Fabiano Devide)
 
 


 
 Acima [Esq.-Dir.]:
"Celeste" (acrílica s/ tela, 20x20cm, 2014) e "Piscina" (acrílica s/ tela, 20x20cm, 2014)
(Fabiano Devide)

 
"Sobrevôo"
Acrílica s/ brim, 10x10cm
2014 (Fabiano Devide)


Serviço:
Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Galerias do Palacete)
Av. Jardim Botânico, Rio de Janeiro
Período da exposição: 06/12/14 - 11/01/15





















10 de dezembro de 2014

Clipping das Exposições do projeto "MAIS PINTURA" - Espaço ECCO/DF e EAV-Parque Lage/RJ


Listo abaixo alguns sites que já divulgaram as duas exposições coletivas relacionadas ao projeto "MAIS PINTURA", desenvolvido a partir do curso Questões Práticas e Teóricas da Pintura Contemporânea, ministrado por Luiz Ernesto e Bruno Miguel na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no cidade do Rio de Janeiro.





Participo de duas coletivas do projeto "MAIS PINTURA", que ocorrem, simultaneamente, no Espaço ECCO, Brasília/DF [acima]; e na EAV-Parque Lage/RJ [Dir.]; ambas com a curadoria de Luiz Ernesto e Bruno Miguel e a participação de, respectivamente, 11 artistas em Brasília e 21 artistas no Rio de Janeiro, com obras de pintura contemporânea em diversos formatos.




Periódico digital "Dicas da Capital", Brasília/DF
http://dicasdacapital.com.br/agenda/13002/mais-pintura/

"Prêmio IP de Arte - PIPA 2014"
http://www.pipa.org.br/2014/12/abertura-exposicao-mais-pintura-com-curadoria-de-bruno-miguel/

"Mapa das Artes"
http://www.mapadasartes.com.br/espacos.php?id=488&lid=3&pg=0&ncid=1011

"Canal Contemporâneo"
http://www.canalcontemporaneo.art.br/blog/archives/006341.html

"Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV-Pq.Lage/RJ"
http://eavparquelage.org.br/exposicao-mais-pintura/

"Espaço Cultural Contemporâneo ECCO" Brasília/DF
http://eccobrasilia.com.br/index.php/xl-encontro-tecnico-para-educadores/

"Jornal do Comércio - Coluna Márcia Peltier", Rio de Janeiro/RJ
http://www.jcom.com.br/colunas/150785/Telefonia_em_declínio

"Tribuna de Minas", Juiz de Fora/ MG
http://www.tribunademinas.com.br/coluna-cr-03-12-2014/

"Evento.br.com"
http://www.evento.br.com/eventos-arquivo/482101/exposicao-mais-pintura

"Cubo Branco: ação e arte no Brasil"
http://cubobranco-br.blogspot.com.br/2014/11/mais-pintura.html

"Vamos: the event guide"
http://www.getvamos.com/events/exposi-o-mais-pintura/8250215

"Me põe na boa"
http://www.mepoenaboa.com.br/1519035981684958/escola-de-artes-visuais-do-parque-lage/exposicao-mais-pintura

"Divirta-se Mais", Brasília/DF
http://df.divirtasemais.com.br/app/eventos/2014/12/01/eventos-interna,3337/mais-pintura.shtml

"BSBMobile", Brasília/DF
http://www.bsbmobile.com.br/index.php?option=com_sobi2&sobi2Task=sobi2Details&sobi2Id=7719&Itemid=63

"Now Events"
http://now-events.net/br/page/2850729

"Enjoygram", BRasília/DF
http://www.enjoygram.com/m/857137303842766778_625249654
http://www.enjoygram.com/eccobrasilia




26 de novembro de 2014

Convite da coletiva "MAIS PINTURA" - EAV Parque Lage, dez. 2014

Convido a todos/as a comparecer na abertura de mais uma edição do projeto "Mais Pintura", na qual participo com novas obras, desdobramentos da investigação iniciada em 2012, sobre o espaço, a arquitetura, as "janelas", frestas ou passagens azuis que conectam dentro e fora, a partir de uma atmosfera silenciosa.
Com curadoria de Luiz Ernesto e Bruno Miguel e a participação de 21 artistas selecionados, a abertura ocorrerá na Sexta-feira, 5/12, a partir das 19h, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Convite e mais informações abaixo.
 
 

RELEASE

O projeto "Mais Pintura" surgiu em 2013 como desdobramento do curso Questões Prático-Teóricas da Pintura na Contemporaneidade, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, orientado por Luiz Ernesto e Bruno Miguel.
Serão três edições abrindo em três cidades diferentes, Brasília, Rio de Janeiro e Petrópolis num período de menos de três meses. Mais Pintura é um projeto aberto, itinerante, em constante construção e transformação. Cada exposição tem um grupo diferente de artistas. Sua primeira edição foi em Agosto de 2013, no Centro Cultural da Justiça Federal na Cinelândia, como desdobramento deste formato de proposição de exposição, surgiram novos convites, como o da Universidade Federal de Juiz de Fora, que além da exposição, pretende fazer um ciclo de debates.
Trata-se de apresentar pinturas de novos artistas que se encontram semanalmente para discussão e análise crítica de seus trabalhos com os orientadores. Um grupo em constante transformação e que atualmente conta com mais de 30 participantes.
Não se pretende com estas mostras buscar afinidades técnicas ou temáticas. Ao contrário, procurou-se selecionar os artistas que pudessem evidenciar em seus trabalhos o vigor, a disciplina e a diversidade da pintura de um grupo de novos artistas no Rio de Janeiro.
Nos últimos anos, acompanhamos o desenvolvimento vertiginoso das tecnologias digitais. As mais corriqueiras experiências do dia a dia transformam-se, pelos mais variados dispositivos, em imagens que, instantaneamente são postadas nas redes sociais e distribuídas por todos os lugares. Com vida curta, são vistas por segundos apenas, dando lugar a outras e outras que as sucederão em um fluxo sem fim.
A experiência do tempo é o instante e a onipresença deixa de ser um atributo apenas divino.
Mas, longe de se opor a este mundo da tecnologia, a pintura fertiliza-se com ele. Experimenta novos materiais, apropria-se de suas imagens e as "encarna" em substância, dando-lhes assim, um corpo material de cores e marcas únicas — literalmente, dá-lhes uma espessura.
Esta presença física atrita-se com este fluxo veloz da excitação tecnológica, reagindo assim à premência do instante e afirmando uma outra temporalidade: a temporalidade própria do objeto de arte. Um outro ritmo que permite a emersão de novos sentidos e reflexões.
Mais Pintura pretende alimentar o debate. Neste mundo, a pintura torna-se uma prática aparentemente paradoxal: demorada para se aprender, demorada para se fazer, demorada para se fruir e principalmente, difícil de se definir. E ainda assim, ela persiste.
 
Luiz Ernesto e Bruno Miguel
 
 
Serviço:
Mais Pintura – Primavera 2014      Abertura: 05/12/2014      

Parque Lage -    Rua Jardim Botânico, 414    Jardim Botânico    Rio de Janeiro -  RJ  Cep: 22461-000

Exposição: 06/12/2014 a 11/01/2015
Horário de funcionamento: segunda a domingo 9h I 18h
Artistas: André Andrade, Angela Od, Benjamin Rothstein, Bruno Belo, Caio Pacela, Cláudia Porto, Claudio Gabriel, Eduardo Borges, Fabiano Devide, Fernanda Leme, Gabriel Secchin, Henrique de Aragão, Kakati de Paiva, Maia Bueloni, Marcos Dias Corrêa, Mariana Corrêa, Makh Yosizawa, Paloma Ariston, Stella Margarita, Victor Mattina, Vitória Marini.

 

20 de novembro de 2014

Abertura da Coletiva "MAIS PINTURA" - Espaço ECCO - Brasília/DF nov. 2014

Algumas imagens da abertura da exposição "MAIS PINTURA", que participo, com curadoria de Luiz Ernesto e Bruno Miguel, no Espaço ECCO, Brasília, 18/11, com 11 artistas da EAV-Parque Lage/RJ.

Fotos: Ângela Od/RJ e Makh Hanamakh

Entrada da exposição MAIS PINTURA, no Espaço Cultural Contemporâneo ECCO, Brasília/DF

Grupo de artistas da EAV-Pq Lage presentes com o curador Luiz Ernesto, na abertura, no ECCO, Brasília/DF.
Esq.> Dir. Paloma Ariston, Caio Pancela, Benjamin Rothstein, Bruno Bello, Gabriel Sechinn, Karla Osório, Luiz Ernesto, Makh Hanamakh, Fernanda Leme e Ângela Od.


Montagem das obras expostas na Coletiva MAIS PINTURA, Espaço ECCO-Brasília/DF.
Esq. Fabiano Devide: S/Título, acrílica s/tela, 110x80cm, 2014 [cada].
 Dir. Fabiano Devide: trabalhos com impressão de carbono e guache s/ papel diferentes dimensões, 2014.
Foto: Makh Hanamakh


Fabiano Devide: S/ Título, Acrílica s/ tela, 110x80cm, 2014. [cada]
Foto: Makh Hanamakh


Fabiano Devide [detalhe]
Desencontro [díptico]
Impressão de carbono e guache s/ papel 32x24cm cada, 2014
Foto: Makh Hanamakh

Fabiano Devide [detalhe]
Esq. Devaneo em El Rosedal,  impressão de carbono e guache s/ papel, 24x32cm, 2014.
Centro: S/ título, série "Blocos",  impressão de carbono e guache s/ papel, 15x21cm, 2014.
Dir. S/ título, série "Blocos",  impressão de carbono e guache s/ papel, 32x24cm, 2014.
Foto: Makh Hanamakh



Ao fundo, obras de Claudio Gabriel (RJ) e à dir. detalhe de obra de Benjamin Rothstein (RJ)


À esq., obras de Fabiano Devide (SC) e à direita, obras de Cláudia Porto (PA)






17 de novembro de 2014

Convite - Exposição coletiva "MAIS PINTURA" - Espaço ECCO, Brasília, DF


Convido a todos/as a comparecerem à exposição coletiva "Mais Pintura", da qual participo, a se realizar no Espaço ECCO, em Brasília, DF, com abertura no dia 18/11/2014-23/01/2015. A coletiva conta com 11 artistas, alunos/as da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, e possui curadoria de Luiz Ernesto e Bruno Miguel.

Abaixo, o convite e o texto do release do evento.
Abç. Fabiano Devide.



Release da Coletiva "Mais Pintura"

"O projeto (Mais Pintura) surgiu em 2013 como desdobramento do curso Questões prático-teóricas da pintura na contemporaneidade, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, orientado por Luiz Ernesto e Bruno Miguel. Trata-se de apresentar pinturas de novos artistas que se encontram semanalmente para discussão e análise crítica de seus trabalhos com os orientadores. Um grupo em constante transformação e que atualmente conta com mais de 30 participantes, dos quais foram selecionados os 11 que participam desta edição. Não se pretende com esta mostra buscar afinidades técnicas ou temáticas. Ao contrário, procurou-se selecionar os artistas que pudessem evidenciar em seus trabalhos o vigor, a disciplina e a diversidade da pintura de um grupo de novos artistas no Rio de Janeiro. Nos últimos anos, acompanhamos o desenvolvimento vertiginoso das tecnologias digitais. As mais corriqueiras experiências do dia a dia transformam-se, pelos mais variados dispositivos, em imagens que, instantaneamente são postadas nas redes sociais e distribuídas por todos os lugares. Com vida curta, são vistas por segundos apenas, dando lugar a outras e outras que as sucederão em um fluxo sem fim. A experiência do tempo é o instante e a onipresença deixa de ser um atributo apenas divino. Mas, longe de se opor a este mundo da tecnologia, a pintura fertiliza-se com ele. Experimenta novos materiais, apropria-se de suas imagens e as “encarna” em substância, dando-lhes assim, um corpo material de cores e marcas únicas — literalmente, dá-lhes uma espessura. Esta presença física atrita-se com este fluxo veloz da excitação tecnológica, reagindo assim à premência do instante e afirmando uma outra temporalidade: a temporalidade própria do objeto de arte. Um outro ritmo que permite a emersão de novos sentidos e reflexões. (Mais Pintura) pretende alimentar o debate. Neste mundo, a pintura torna-se uma prática aparentemente paradoxal: demorada para se aprender, demorada para se fazer, demorada para se fruir e principalmente, difícil de se definir. E ainda assim, ela persiste".
Serviço:
18.11.14 | 23.01.2015
Horário de Funcionamento
Segunda a sábado 10h l 22h - Domingo e feriados 14h l 20h
Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO
SHIN CA4 Loja 143 1o piso - Lago Norte - Shopping Iguatemi
XL Encontro Técnico para Educadores
Tema – “Pintura, imagem e tecnologia”
Disciplinas – Arte, História, Geografia e Ciências Exatas
Participe do Programa ECCO Educativo.
Agende visita de grupos!
61.34681262 | 34681152 | 99642103
Email: secretariaecco@eccobrasilia.com.br


27 de outubro de 2014

BLUE HALL (2014)

BLUE HALL (2014), Fabiano Devide



Entrada da instalação Blue Hall
Vista geral do corredor,
com balões, lâmpadas e mesa ao fundo
(Plástico azul, lâmpadas espirais 127V azuis, 50 metros de fita azul, 250 balões de gás Hélio de diferentes dimensões e tonalidades, frases de diferentes autorias sobre arte, canetas, tiras de papel, corredor 4m x 0,80m, mesa, pigmento azul, caixa, fotografia e abotoadura).

A instalação Blue Hall (2014) é a segunda montada no ambiente de um corredor.
 
A partir de uma estética relacional, no sentido conferido por Nicolas Bourriaud (2009) - ver link neste site, o espectador é convidado a ingressar no ambiente confinado de 4 metros de comprimento, 2,20m de altura e 0,80m de largura, onde 250 balões de Hélio flutuam, por vezes, interrompendo o espaço.
 
Dentro dos balões, há frases sobre a Arte no seu sentido ampliado, englobando o cinema, as artes visuais, a literatura etc.

Neste ambiente, o espectador pode decidir estourar os balões, escrever sobre papéis suas sensações ao ingressar na instalação, prendendo-as nas fitas dos balões, ou simplesmente reposicioná-los no espaço, produzindo diferentes "geografias" na arquitetura.
Ao final do trajeto, o espectador encontra uma mesa, onde repousa uma caixa fechada, a qual pode ou não ser aberta. Dentro, o espectador encontra-a preenchida com pigmento azul, uma abotoadura dourada com pedras azuis e uma fotografia p&b 3x4, uma referência à memória. 


Detalhe: mesa com caixa de abotoadura fechada

Detalhe: Caixa aberta, com pigmento azul, abotoadura e fotografia.



14 de junho de 2014

Esporte, Futebol e Arte Contemporânea em tempos de Copa do Mundo: reflexões sobre o papel das instituições e dos/as artistas



Leda Catunda
"Campeão III"
Tecido e tinta acrílica
2013
Nas postagens anteriores, apresentamos como o esporte ficou à sombra na produção da Arte Moderna e início da Arte Contemporânea no Brasil, em comparação com a presença desta temática, por exemplo, no continente europeu, no período do Modernismo. Para tal, destacamos alguns artistas brasileiros que produziram obras no início do século XX (1920-1940) e nas décadas da ditadura militar [1960-1980].

Como se posiciona a Arte Contemporânea neste contexto de manutenção do esporte à sombra de sua produção? Gostaríamos de destacar como o esporte poderia estar passando por um terceiro resgate na produção da Arte brasileira hoje; porém, a partir de uma reflexão crítica sobre as funções das instituições e do/a artista hoje. Este texto surgiu de uma reflexão sobre esta questão, potencializada com recente reportagem de um periódico carioca[1], que destacou o despreparo de nossas instituições culturais com a aproximação da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, por não promoverem eventos – espetáculos teatrais, musicais, exposições de arte, entre outros – que tematizassem o futebol.

Aqui, nos debruçaremos sobre o campo das Artes Visuais e a suposta escassez destacada pela mídia impressa de eventos que abordem o esporte (e o futebol) como tema, para refletirmos sobre a sociedade contemporânea, em virtude do público presente no Brasil este mês criar uma demanda na busca de eventos sobre a modalidade que mais envolve a sociedade em nível planetário, acompanhando o futebol como praticantes amadores, atletas semiprofissionais, profissionais de diversas áreas e serviços (MURAD, 2012)[2]. Tais pessoas acompanharão o esporte pela mídia impressa, virtual e televisionada; além da presença nos estádios.

Cabe refletirmos, então, como poderemos encontrar este fenômeno mundial no campo das Artes Visuais? Ao contrário da escassez de eventos sobre futebol, suposta pela mídia, um breve levantamento nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo nos permitiu encontrar cerca de dez mostras individuais ou coletivas[3], montadas por ocasião da Copa do Mundo de Futebol. Entretanto, no contexto cotidiano da Arte Contemporânea no país, o esporte (ou o futebol) não é um tema encontrado correntemente em exposições pelo país afora, salvo em ocasiões como a atual.

Em nosso entendimento, eventos artísticos que tematizam o esporte enquanto elemento de reflexão, devem ultrapassar os limites dos calendários dos eventos esportivos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos Modernos, fato que ocorre no Brasil nestes meses de junho e julho e será retomado em 2016. O esporte, enquanto instituição social que reproduz ou contesta os valores hegemônicos circulantes, precisa ser apropriado pela Arte Contemporânea de forma ativa, possibilitando aos espectadores/as pensarem o contexto no qual esta modalidade está inserida.

A título de exemplo, ao refletir sobre questões universais, como gênero ou raça, por que as Artes Visuais não podem explorar a exclusão das mulheres na sociedade a partir de sua exclusão no futebol, seja no países islâmicos, onde mulheres são proibidas de praticá-lo; seja em países onde a modalidade ainda se configura como uma área de reserva masculina, onde mulheres sofrem com preconceitos e enfrentam barreiras para sua inserção e permanência no esporte; ou, por fim, seja em relação ao preconceito racial e à violência presente nos campos de futebol?

Artistas que possuem uma investigação que utilize o esporte (ou o futebol) como eixo norteador, ou que o utilizaram em algum momento de sua produção, necessitam refletir sobre como suas obras são reconhecidas enquanto arte no cotidiano - seja através de sua inserção nas instituições, via salões e exposições; seja na sua comercialização, através de galerias - e não somente em momentos como o que passamos, no caso da Copa do Mundo, quando inúmeras instituições organizam eventos “temáticos” sobre o futebol. É relevante pensar sobre como estas instituições, por vezes, desvalorizam a produção artística que tematiza o esporte enquanto elemento de investigação nos demais períodos do calendário.

Apesar de algumas das exposições coletivas - enumeradas em nota desta postagem - reunirem dezenas de artistas que tematizam a “bola” ou o “futebol”, a Arte Contemporânea brasileira ainda não explora a produção existente entre artistas nacionais. Faz-se necessário que instituições, críticos/as, curadores/as, galeristas e artistas se debrucem sobre o esporte e o elejam enquanto elemento presente na obra de arte, não somente em tempos de Copa, mas no cotidiano de suas investigações. Assim, pensamos que a Arte pode alcançar um de seus objetivos: ser uma via de emancipação do espectador em relação à leitura crítica do mundo, a partir do consumo da Arte.

Para tal, os profissionais do campo das Artes Visuais precisam estar atentos não somente às oportunidades e convites que surgem em momentos como a Copa do Mundo de Futebol (2014), a Copa das Confederações (2013) e os Jogos Olímpicos (2016), na direção de comporem curadorias, escreverem textos críticos, montarem exposições ou serem aqueles/as que produzirão as obras: os/as artistas. É necessário construir uma reflexão sobre a real presença deste objeto na Arte Contemporânea hoje, conferindo visibilidade à produção de nossos/as artistas, que em algum momento se debruçaram sobre o tema do esporte e do futebol para produzirem obras significativas, em contextos específicos da história do país, tais como os já apresentados nas postagens anteriores; além daqueles que tem produzido novas obras, como já mencionamos em postagem neste site[4]: Nelson Leirner, Fernando Ancil, Frederico Dalton, Leda Catunda, Marina Reinghantz, Raul Mourão, Marcelo Amorim, Vik Muniz, Felipe Barbosa, Regina Silveira, entre outros/as.

Entretanto, nos parece que se de um lado, vários/as artistas investigam um fenômeno social como o futebol em suas produções desde o início da Arte Contemporânea, em meados da década de 1950 (ARCHER, 2008)[5]; as instituições não têm se interessado em catalogar, organizar e expor de forma significativa e contundente tal produção, além das datas relativas a eventos esportivos. Isso possibilitaria que os espectadores, não somente no momento histórico atual, quando o país sedia um evento que causa impactos políticos relevantes ao Brasil; mas de forma contínua, pudessem refletir sobre como o futebol, enquanto instituição, pode ser apropriado pela Arte Contemporânea de forma crítica e reflexiva, explorando, p. ex., o seu potencial educativo, por meio de projetos educacionais interdisciplinares que levassem estudantes para “consumirem” a Arte de forma orientada, com vistas à formação ampliada, emancipada e crítica de crianças e adolescentes, no que tange ao futebol, ao esporte e à arte como via para que tal objetivo fosse atingido.




[1] VELOSO, C. Procura sem oferta. O Globo, Segundo Caderno, Rio de Janeiro, p. 2, 11/05/2014.
[2] MURAD, M. Para entender a violência no futebol. Benvirá: Rio de Janeiro, 2012. 237p.
[3] Entre as exposições individuais e coletivas montadas nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, destacamos: “Futebol no campo ampliado” – Eduardo Coimbra, Paço Imperial, Rio de Janeiro. “Pelada” – Leonardo Finotti, Galeria Luciana Caravello, Rio de Janeiro. “Bola de Futebol” – Nicola Constantino, Casa Daros, Rio de Janeiro. “Heterotipia” – Priscilla Monge, Casa Daros, Rio de Janeiro. “Quadrado Mágico” – Felipe Barbosa, Galeria Sérgio Gonçalves, Rio de Janeiro. “Tatu: futebol, cultura, adversidade da caatinga” – coletiva, Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro. “Por cima do futebol” – Marcillio Gazzineli, Sociedade Fluminense de Fotografia, Niterói, RJ. “Futebol, paixão brasileira” – coletiva, Museu Internacional de Arte Naïf (MIAN), Rio de Janeiro. “Arte Naïf, a bola da vez” – coletiva, Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro. “O artista e a bola” – coletiva, OCA-Ibirapuera, São Paulo
[4] DEVIDE, F. P. Futebol e arte contemporânea brasileira. Disponível em: http://fabianodevide.blogspot.com.br/2013/06/futebol-e-arte-contemporanea-brasileira.html Acesso em 14 jun. 2014.
[5] ARCHER, M. Arte Contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

6 de junho de 2014

Esporte, Futebol e Arte Contemporânea no Brasil: 1960-1980

Em 2012, ao assistir a palestra sobre Arte Contemporânea, Esporte e Gênero, com foco na Teoria Queer, proferida pela professora Jennifer Doyle[1] (Universidade da Califórnia), na Faculdade de Educação da UFRJ, a mesma destacou a Performance no campo do esporte, especificamente o futebol, com foco na participação das mulheres nesta área de reserva masculina. No debate com a palestrante, questionei a escassez de trabalhos de arte contemporânea que tematizassem as questões de gênero, utilizando o esporte como foco. Como exemplos dessa escassez, mencionei a Bienal de São Paulo e a exposição "Gender Check"[2], ambas ocorridas em 2010, esta última reunindo artistas contemporâneos da Europa Oriental, com obras com a temática de gênero.

Sobre a manutenção desta temática à sombra por instituições - museus, galerias etc., e pessoas envolvidas com a arte contemporânea - curadores/as, galeristas, professores/as e artistas, Doyle afirmou que tais instituições tem interpretado a temática como desinteressante, menos valiosa ou irrelevante para o campo das Artes Visuais.
“Campo de Jogo”
óleo s/ tela
245x209cm
1989
Fazendo uma analogia com o que ocorre, em geral, no campo acadêmico, onde também estou inserido, a produção do conhecimento na área das Ciências Humanas e Sociais, como a História e as Ciências Sociais, passaram a reconhecer o esporte, sobretudo o futebol, como rico suporte para efetuar análises e interpretações macro e microssociais, auxiliando na compreensão de aspectos políticos, culturais e históricos de nossa sociedade apenas recentemente, como a violência (MURAD, 2007) [3]. Entretanto, ainda conheço historiadores e sociólogos que não são bem vistos ao se debruçarem sobre o esporte - geralmente o futebol - enquanto tema de estudo e investigação pelas mesmas razões enumeradas por Doyle.

Resgatando, então, aspectos da postagem anterior, “Esporte e Arte Moderna: reflexões iniciais às vésperas da Copa do Mundo de Futebol”, e dando-lhe continuidade, gostaria de destacar alguns artistas brasileiros que tematizaram o futebol – e o esporte – em suas obras a partir da década de 1960, resgatado este tema no conjunto de obras que circularam naquele momento na arte contemporânea brasileira, que coincidiu com o início do período da ditadura militar.

“Pelé”
Liquitex s/ tela
120x120cm
1970.
De alguma forma, alguns destes artistas - Fúlvio Pannacchi[4], Cláudio Tozzi[5], Rubens Gerchman[6], Roberto Magalhães[7] e Cildo Meirelles[8] - vislumbraram o esporte e o futebol, especificamente, como um tema presente na sociedade da época, assim como o seu fenômeno junto à cultura das massas. Tais artistas produziram obras entre 1960 e 1980, período político conturbado, quando com o regime militar instituído, liberdades individuais foram cerceadas.


“A dança do futebol”
Acrílica e óleo s/  tela
245x190cm
1997
Desses artistas, Melo (2009)[9] faz menção a Claudio Tozzi, Roberto Magalhães e Rubens Gerchman, entre outros, como artistas brasileiros que participaram de exposições relevantes no período, como Opinião 65 e a II Bienal da Bahia, em 1968, fechada por militares e recentemente aberta em Salvador, após 46 anos de intervalo.

O autor destaca que Claudio Tozzi foi um representante da arte de combate e reflexão, utilizando diversas técnicas e suportes, apropriando-se de imagens da cultura de massa, como o tema do esporte, no qual produziu obras onde o futebol e o boxe estiveram presentes. Já Roberto Magalhães, se destacou com o Prêmio Aquisição I Jovem Gravura Nacional, com a obra “O atleta”, em 1964, na qual, como em outras obras que tematizaram o esporte, demonstrava seu fascínio pela figura do herói e ídolo esportivo.

“Os 99 heróis do estádio”
Nanquim e guache s/ papel
50x65cm
1965
Rubens Gerchman, por fim, foi um artista que produziu diversas obras sobre o esporte, com ênfase no ciclismo e o futebol; este segundo, representado como um elemento das massas, com sua narrativa crítica e denunciadora, ancorada nas dimensões sociológica e política da arte. Segundo Melo (op. cit.), em sua “fase negra” (déc. 1960), encontramos pinturas com multidões que cobriam a superfície das obras, das quais algumas versaram sobre o futebol, como “Os 99 heróis do estádio” e “Futebol Flamengo campeão”, ambas de 1965.
“Os super-homens”
acrílica s/ madeira
70x100cm
1965
Nesta década, o artista representou o futebol enquanto elemento social, utilizando-o como meio para promover uma crítica à massificação do ser humano na sociedade de consumo capitalista daquele momento. Entre as obras do período, destacam-se “Os super-homens”, de 1965; e “Futebol-linguagem”, de 1967; que estabelecem o diálogo entre imagens e fatos, de forma a tecer uma crítica aos ídolos construídos pela mídia (MELO, 2009).

No contexto da arte brasileira neste período, o esporte promoveu o debate sobre questões da sociedade contemporânea, como a cultura de massa e o culto ao herói e aos ídolos. A tematização do futebol na investigação de alguns artistas, neste cenário, indicou que este esporte era um fenômeno social apropriado pela arte, conferindo identidade ao conjunto da obra de alguns artistas, num contexto histórico específico: os anos da ditadura militar.

Importante sublinhar que se no período entre 1960-1980, encontramos um primeiro resgate do esporte (e do futebol) enquanto tema na arte contemporânea brasileira; encontramos a presença do esporte e do futebol em diversas obras de artistas contemporâneos da atualidade, tais como: Felipe Barbosa, Raul Mourão, Nelson Leirner, Fernando Ancil, Leda Catunda, Marina Reinghantz, Vik Muniz, Regina Silveira, entre outros/as. A presença do esporte e do futebol na Arte Contemporânea hoje, assim como a sua apresentação por instituições de arte é tema de nossa próxima postagem.


[1] http://fromaleftwing.blogspot.com/ Blog organizado pela professora Jennifer Doyle, que aborda, especificamente, as questões de gênero inerentes à participação das mulheres no futebol. No link "labels", é possível encontrar 15 posts onde a pesquisadora tece algumas interpretações em relação a como a Arte Contemporânea vem abordando a questão.
[2] MUMOK. Gender Check: femininity and masculinity in the Art of Eastern Europe. Cologne: MUMOK, 2010.
[3] MURAD, M. A violência e o futebol: dos estudos clássicos aos dias de hoje. Rio de Janeiro: FGV, 2007.  
[4] “Jogo de Futebol”, óleo s/ madeira, 10x13cm, 1979.
[5] “A luta”,  liquitex s/ tela, 84 x 84cm, 1970; “A dança do futebol”, acrílica e óleo s/  tela, 245x190cm, 1997; “Pelé”, liquitex s/ tela, 120x120cm, 1970.
[6] “Futebol-linguagem” [torneio início], acrílica s/ tela, grama plástica e silk-screen, 200x200cm, 1967-1972; “Palmeiras e Flamengo”, 197,5 x 282cm, 1965; “Os 99 heróis do estádio” nanquim e guache s/ papel, 50x65cm, 1965; “Os super-homens”, acrílica s/ madeira, 70x100cm, 1965; “Os heróis do estádio”, 1966; “O futebol – Flamengo campeão”, 244x122cm, 1965
[7] “O que é isso, uma bola?”, pastel s/ cartão, 66x97cm, 1982; “Mulheres atletas”, óleo s/ tela, 73x100cm, 1982; “Atleta gigantesco”,  óleo s/ tela, 100x73cm, 1987; “O atleta”, xilogravura, 30x30cm, 1964.
[8] “Campo de Jogo”, óleo s/ tela, 245x209cm, 1989.
[9] MELO, V. A. de. Esporte Lazer e Artes Plásticas: diálogos. Rio de Janeiro: Apicuri/Faperj, 2009. 209p.