22 de novembro de 2024

"A realidade é quase abstração: viagem pitoresca à periferia" - Centro Cultural dos Correios, RJ, 2024.



Convido a todas/os/es a estarem presentes na abertura da coletiva A realidade é quase abstração: viagem pitoresca à periferia, no Centro Cultural dos Correios, RJ, 2024, dia 27 de Novembro, às 15:00h. Participo da coletiva com curadoria de Marcelo Valle e Raimundo Rodrigues, que reúne cerca de 50 artistas contemporâneos que ocuparão uma das galerias do Centro Cultural com obras em diferentes formatos e suportes. Estarei participando com outras três pinturas da série "Nômade" (2024), apresentada pela primeira vez na coletiva "A casa que carrego", também este ano, na Galeria do Túnel, no Parque Glória Maria, RJ.


Texto da curadoria

"A exposição traz um grupo de artistas que não economizam nas tintas, nem nos materiais, extrapolam nas formas, nos fazeres e desfazeres. Pegam emprestado as ferrugens dos portões, a poeira das ruas, o óleo derramado, o carcomido das paredes, os tijolos à mostra, o desequilíbrio equilibrado dos caixotes empilhados, o cheiro do cobre, os ladrilhos quebrados, o brilho fosco dos trilhos, ranhuras,faixas, fachadas, fios e faróis. Tudo renasce ABStratO na matéria que enverga, que grita e berra, resiste e luta, nas mãos de reinventores artistas, periféricos contemporâneos, que fazem arte terna, quase bruta. Arte das coisas que não tem nome, onde nada tem função e tudo pulsa.

A proposta da exposição é apresentar obras de cerca de cinquenta artistas contemporâneos, de diferentes gerações, entre pintores, escultores, grafiteiros, gravadores, cenógrafos e fotógrafos que utilizam diversas linguagens, mas têm em comum um olhar sobre as miudezas e grandezas das coisas do cotidiano, experimentam transformar a matéria bruta, largada e desdenhada em poética visual, onde aquilo que era considerado sem valor, precário ou mesmo "periférico" , torna-se o centro do olhar. Tem como núcleo duro os artistas criadores do coletivo “Imaginário Periférico”, Deneir de Souza, Jorge Duarte, Julio Ferreira Sekiguchi, Raimundo Rodriguez, Roberto Tavares , Ronald Duarte e Mirela Luz que dialogam com outros artistas convidados que, de alguma maneira, compartilham os mesmos sentimentos. Somos todos fazedores de arte, uns mais reservados, outros mais alargados."


Obras da série "Nômade" (alto) com o curador da exposição, Raimundo Rodriguez (esq.).











 

Exposição "A CASA QUE CARREGO" Parque Glória Maria, RJ

A coletiva "A Casa que carrego", com curadoria de Amanda Leite e Cota Azevedo, ocorreu na Galeria do Túnel, no Parque Glória Maria, no Rio de Janeiro. Participei junto a 38 artistas contemporâneos, que apresentaram obras em diferentes formatos. Na ocasião, apresentei três pinturas da série "Nômade" (2024), conforme texto e fotos abaixo.

A série “Nômade” dialoga com trabalhos realizados pelo artista na série “Locus” (2014-2017), quando os elementos da geometria, do espaço e da arquitetura, se sobrepõem à figuração presente nas séries iniciais: “Janelas” (2011-12) e “Blocos” (2013-14). Mantendo uma mesma paleta de tons frios, em escalas de cinzas e azuis, desde 2011, esta série tem sido produzida em pequenos formatos, no suporte do papel, com uso das técnicas do desenho e pintura guache. Relaciona-se com noções universais de nomadismo, passagem, morada, casa, lugar, tempo e memória. Para tal, explora as lembranças do artista sobre os ambientes das casas em que residiu desde a infância aos tempos atuais. A partir do acionamento do dispositivo da memória afetiva dos lugares, de fotografias e depoimentos familiares, cada obra da série representa uma (re)construção do espaço das moradas que habitou. Na concepção das obras, o que se aproxima de uma “planta-baixa” de cada uma dessas moradas, passa a ser modificada pelo artista, num jogo de hibridizações de espaços e do uso de cores frias, que sinalizam uma geografia de cada lugar, na direção da produção de uma imagem final, apresentada ao/à espectador/a. (Fabiano Devide, 2024).