2 de junho de 2015

Seleção para a AURA curadoria contemporânea

O projeto da AURA, idealizado por Bruna Bauline e com a curadoria de Talitha Motter e Paola Fabres, visa consolidar-se como uma plataforma de curadoria de arte contemporânea online e off-line, que desenvolve projetos independentes ou em parcerias com empresas. O objetivo é promover uma renovação do circuito de arte contemporânea e incentivar a formação de novas coleções, a partir da criação de novos espaços expositivos nas cidades, além da comercialização de obras de forma inovadora, a partir de uma plataforma virtual que permite ao navegador encontrar artistas por temas de interesse, ter acesso aos currículos, obras e seus detalhes, como fichas técnicas, zoom e visualizar como a obra ficaria em escala original no ambiente.
 
As obras estão disponíveis para aquisição através da plataforma ou nos locais de realização das mostras físicas. Os projetos desenvolvidos com artistas e curadores(as) são apresentados na plataforma virtual e fisicamente em espaços alternativos, como ocorreu com a exposição inaugural "Perto de Nós", que envolveu 19 artistas no espaço "Loft da Vasco", em Porto Alegre. Para fomentar o debate sobre a Arte Contemporânea, os projetos expositivos do Aura são desenvolvidos a partir de questões presentes na arte contemporanêa, como espaço, tempo, corpo, política, tecnologia, entre outros.
 
Recentemente, a AURA divulgou a 1ª Chamada de Portifólios, onde foram escolhidos 12 novos artistas parceiros para a plataforma, dentre os quais fui selecionado. É com prazer que compartilho esta nova empreitada e a parceria com este projeto que tem o intuito de dar "voz" a novos artistas na cena contemporânea da capital gaúcha, lançando-se em projetos que alcancem maior amplitude. Hoje a AURA conta com 22 artistas, a saber: Adauany Zimovski, Ana Hupe, Claudia Hamerski, Carla Borba, Eduardo Montelli, Emanuel Monteiro, Fabiano Devide, Fabíola Scaranto, Fernanda Valadares, Ismael Monticelli, Luciane Bucksdricker, Lilian Maus, Letícia Bertagna, Letícia Lampert, Marcos A. F., Marcos Fioravante, Mayra Redin, Nathalia García, Patrick Rigon, Rogério Nunes Marques, Tulio Pinto e Ubiratâ Braga; além daqueles/as que serão lançados na plataforma a partir da seleção recente de portifólios.
 
A exposição de lançamento da Plataforma AURA Curadoria Contemporânea, “Perto de Nós”, foi realizada no Loft da Vasco, em 20 de abril. Nas paredes do térreo e do mezanino, feitas com tijolos de concreto, foram montadas as obras, construindo uma ambiência para a exposição e a experiência sensível do olhar do(a) espectador(a). Na coletiva, cada obra possuiu um QR Code que levava às informações presentes no site do Aura. A coletiva reuniu obras de 19 artistas: Adauany Zimovski, Ana Hupe, Carla Borba, Claudia Hamerski, Eduardo Montelli, Emanuel Monteiro, Fabíola Scaranto, Fernanda Valadares, Ismael Monticelli, Letícia Bertagna, Letícia Lampert, Luciane Bucksdricker, Marco A. F., Marcos Fioravante, Mayra Redin, Nathalia García, Rogério Nunes Marques, Túlio Pinto, Ubiratã Braga.
 
Fonte: www.aura.art.br
 
TEXTO da curadoria da coletiva "PERTO DE NÓS" - Paola Fabres e Talitha Motter*
 
"Perto de Nós" instiga aproximações com universos da ordem do sensível. Os dezenove artistas aqui presentes partem de lugares que suscitam sensações, desencadeiam processos poéticos e investigam relações entre o sujeito e o seu entorno.
Diante de nós, delineiam-se cenários, veredas, lugares imaginários e contextos inóspitos. Esses campos, uma vez adentrados, conduzem para novas experiências. Despertam a poesia e a subjetivação, encontradas tanto em geografias singulares, como no próprio convívio com o cotidiano e suas conjunturas triviais.
Assim, somos levados a um exercício de ampliação dos sentidos. Passamos a sentir as superfícies do chão, as paredes que nos comportam e, às vezes, até nos comprimem. A poeira acumulada torna-se pictórica, partículas, suavemente, constituem terrenos. O inusitado se revela tangível. Há um mergulho nas fissuras da pele que recobre os lugares. Dessas aberturas, brotam raízes e planetas diminutos, como as cascas de uma noz. Então, derivamos entre espaços. Tocamos a vibração da água, raspamos na ponta das montanhas.
As obras que aqui residem mostram-se como proposições. Dão vozes aos silêncios dos ambientes esquecidos, tornando-os profusos e significantes. Ao visitar distintos tempos e espaços, elas alcançam sutilezas da memória e estabelecem terrenos simbólicos edificados por composições formais.
Eis, assim, retóricas visuais que apostam na exploração de discursos mais sutis, costurados com linha que foi recolhida da espuma do mar. Essa trama macia e vaporosa nos pausa delicadamente.
Em seguida, passamos a sentir. O entorno tornou-se mais perto de nós.
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*Paola Fabres e Talitha Motter são curadoras e editoras da revista Arte ConTexto (www.artcontexto.com.br), plataforma multimídia de ações de estímulo ao pensamento crítico e a vivências artísticas e culturais.

Paola Fabres é mestranda em Arte Visuais pela UFRGS em História, Teoria e Crítica de Arte, desenvolvendo pesquisa sobre o universo contemporâneo de publicações de artistas. Graduou-se em Arte Visuais pela UFRGS e em Design Gráfico pelo Centro Universitário Ritter dos Reis (2011), tendo especialização em Design Gráfico Editorial pelo Instituto Europeu di Design (2012) e em Comunicação Visual pela Academia Leonetto Cappiello (2009). Atua como designer, historiadora e crítica de arte, além de ser curadora e editora da revista digital Arte ConTexto.
Talitha Motter é mestra em História e Crítica de Arte pelo PPGAV da UFRJ, onde desenvolveu pesquisa sobre o Clube de Gravura de Porto Alegre. Graduou-se nos cursos de Bacharelado em Artes Visuais (2012) e Bacharelado em Física (2007) pela UFRGS.Tem publicações nas áreas de crítica e história da arte em revistas e blogs. É editora e curadora da revista Arte ConTexto, atuando como crítica de arte.

Vídeo: Reportagem TVE Coletiva PERTO DE NÓS - Aura Curadoria Contemporânea

2 comentários:

  1. Parabéns, Fabiano !Abraço, João Magalhães

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    1. Obrigado, João Magalhães! Você tem grande colaboração no que hoje penso sobre a Arte Contemporânea e nos caminhos que escolhi trilhar, desde 2009, quando tive o prazer de acompanhar as suas aulas, no início de minha caminhada nos corredores da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Grande abraço!

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