Manto da apresentação Arthur Bispo do Rosário [artista homenageado] |
A 30ª Bienal/SP
tem curadoria de Luis Pérez-Oramas e possui como tema “A iminência das poéticas”.
Homenageando Arthur Bispo do Rosário, a mostra é constituída por 111 artistas e
cerca de três mil obras expostas nos três andares do Pavilhão da Bienal, no
Parque do Ibirapuera, até 9 de dezembro de 2012. A expografia da mostra
apresenta grupos de obras de um mesmo/a artista, como pequenas mostras
individuais, ao redor da obra do artista homenageado, conferindo uma ideia de “constelação”
relacional entre todos/as.
Há dois
anos publiquei um post sobre a
presença do “lúdico” em alguns trabalhos que vi na Bienal de São Paulo e na
Paralela, em 2010. Passados dois anos, minha investigação artística seguiu
outros caminhos, mas meu olhar permanece sensível para a experiência estética
de confronto com a obra de arte que tematiza de forma contundente ou
periférica, práticas corporais representadas pela ginástica, pela brincadeira,
pelo jogo, pelo esporte, pela dança etc.
Por isso, publico
novamente aquele post de 2010
[abaixo], tecendo algumas ressalvas: 1. Algumas imagens apresentadas a seguir são
fragmentos de algumas obras e por isso apresentados/as lado a lado [fragmento e
obra]; 2. O deslocamento da imagem de um trabalho do conjunto dos demais apresentados
na 30ª Bienal/SP interfere significativamente na produção de sentido sobre o
mesmo, posicionado de forma intencional na expografia da Bienal. Nesse sentido,
minha intenção primeira segue na direção de pôr em foco alguns fragmentos ou
obras expostas que tematizam as práticas corporais, mais do que apresentá-las
como síntese do pensamento dos seus/suas artistas.
Frédéric Bruly Brouabré
Costa do Marfim
Ilene Segalove
Los Angeles, Estados Unidos
History of the American 20th Century - 1981
[1-4 - fragmentos]
Ciudad Abierta
Valparaiso, Chile
[1-2 > fragmentos]
Waldemar Cordeiro
Série Parque infantil Clube Espéria
Ed Hirose Lima, Peru Série Pozuzo [2000-2003] 79 fotografias [fragmentos]
Cadu
São Paulo, Brasil
Partitura, 2010-2011
Arthur Bispo do Rosário |
Associado
ao brinquedo [1],
à brincadeira [2],
ao jogo e ao esporte, o “lúdico” tem como característica a espontaneidade,
criatividade, alegria, prazer, fruição, presentes em práticas corporais
diversificadas. Pode ser interpretado como uma manifestação cultural, inerente
ao ser humano [não somente à cultura infantil], estando vinculado às práticas
sociais, potencializando a existência humana e a sua comunicação com a
realidade. A cultura lúdica tem sido extirpada da infância [e da vida adulta].
Da mesma forma, suas manifestações têm sido “controladas” e “confinadas” a
tempos, espaços e práticas legitimadas e associadas ao consumo pela indústria
cultural. Como a arte contemporânea pode resgatar a dimensão do lúdico na vida
cotidiana [até mesmo no processo criativo]? Visitando a 30a Bienal
de Arte Contemporânea, em São Paulo, me deparei com alguns trabalhos que
utilizaram o brinquedo, a brincadeira, o jogo e o esporte como tema [central ou
secundário], resgatando um pouco da ludicidade necessária. Seguem as imagens...
[1] Objeto com dimensão material, suporte da brincadeira,
que estimula o imaginário.
[2] Ação que a criança desempenha sobre o brinquedo.